Anexo da Biblioteca Pública


A Biblioteca Pública Estadual Professor Francisco Iglésias, também conhecida como Anexo da Biblioteca Pública, estava interditada há 16 anos, em razão de problemas estruturais. Sua demolição dependia apenas de um parecer do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais.

 

A então presidente do IEPHA/MG, Jurema de Souza Machado, entendendo que a demolição poderia ser evitada, sugeriu que o prédio fosse doado à Secretária de Educação, passando a servir como anexo da Biblioteca Pública Estadual. E lançou o desafio de sanar os problemas estruturais com um projeto harmonizado ao conjunto arquitetônico da Praça da Liberdade e, ao mesmo tempo, atento aos limites de um orçamento que inviabilizava mudanças profundas.

A solução da B&L propôs a demolição do quarto pavimento que não estava previsto no projeto original, além de afrontar o gabarito e sobrecarregar a fundação. As paredes do primeiro piso foram demolidas, transformando o térreo em amplos pilotis que abrem passagem entre a Rua da Bahia e a Praça da Liberdade, com sua ala direita destinada a acolher uma área de estudos e a recepção da biblioteca. Os pilares de sustentação foram reforçados com concreto e aço. A construção de uma passarela metálica atirantada interligou as duas alas do edifício conferindo leveza e amplitude ao campo visual. Os vidros foram revestidos de película refletiva azul para melhor preservação do acervo. O revestimento das fachadas com pastilhas cerâmicas brancas deu ao prédio uma suave luminosidade, em oposição ao tom sombrio da antiga construção.

O Anexo da Biblioteca, que tem uma visitação diária de três mil pessoas, rendeu à B&L o prêmio “Gentileza Urbana” do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil) e premiação do IAB MG, Categoria Institucional Coletivo.